Aconteceu nesta segunda-feira (13/6), em São Paulo, o 5º Seminário Internacional do Centro Lemann de Stanford, e o tema deste ano foi a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais, educadores, gestores e redatores da BNCC, que discutiram a qualidade do documento e os desafios de implementação.
Muitos membros do Movimento pela Base acompanharam as discussões e participaram dos diferentes painéis. Na primeira mesa, participaram redatores da BNCC – Hilda Micarello, da Universidade de Juiz de Fora, Ruy Pietropaolo, da PUC-SP e Luís Carlos de Menezes, da Universidade de São Paulo e membro do Movimento pela Base – e pesquisadores convidados do Centro Lemann de Stanford – Sheila Byrd Carmichael, revisora do Common Core (EUA), Phil Daro, líder do Common Core de Matemática, Paulo Blikstein e Paula Louzano, ambos do Centro Lemann de Stanford.
Os pesquisadores apresentaram em primeira mão a leitura crítica da segunda versão da Base realizada pelo Centro Lemann. O trabalho apresentado dá continuidade às leituras internacionais realizadas sobre a primeira versão. Essa foi uma oportunidade de compartilhar, com a participação dos redatores da BNCC, uma análise técnica da segunda versão nas áreas de linguagens, ciências e matemática.
A questão da diversidade na BNCC foi discutida no segundo painel por Amilcar Pereira, da UFRJ, Paulo Gabriel Soledade Nacif, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, Clarice dos Santos, da UNB, e Rebecca Tarlau, do Centro Lemann de Stanford. Os palestrantes defenderam que a Base precisa ser plural, contar sobre a participação dos negros na história brasileira e das peculiaridades do ensino nas escolas do campo. “Construir espaços de enunciação das diferenças é fundamental para a Base Nacional Comum Curricular”, afirmou Amilcar Pereira.
O desafio da implementação da BNCC no país foi o tema da última mesa do dia. Eduardo Deschamps, presidente do Consed e membro do Movimento pela Base, Virgínia Maria de Melo, presidente regional do centro-oeste da Undime, Janaína Oliveira, educadora do Instituto Chapada, e David Plank, do Centro Lemann de Stanford, ressaltaram a necessidade de haver um cronograma nacional de implementação referente ao período posterior à aprovação da Base no Conselho Nacional de Educação. “O grande desafio para implementar a Base é manter o diálogo entre todos os envolvidos no processo”, resumiu Virgínia de Melo. Janaína Oliveira lembrou que, além da participação fundamental dos professores na fase de implementação, os coordenadores pedagógicos também precisam ser integrados nos processos de formação e criação dos currículos das escolas.
O Movimento pela Base Nacional Comum acredita que a qualidade da Base é fundamental e defende o diálogo contínuo entre educadores, gestores, redatores e especialistas. Em breve, as leituras críticas dos professores de Stanford estarão disponíveis no site do Movimento. O evento na íntegra pode ser assistido aqui: bit.ly/5SCLemann.